Compras online crescem no Brasil e isso não tem a ver apenas com a pandemia, que a cada dia que passa, estamos nos livrando desse mal. Ainda não estamos 100% livres, mas o mundo está voltando ao normal e o varejo também. Nesse artigo você vai ver o que mais se vende na internet.
As vendas online estão mais do que consolidadas no Brasil. O que você vai ler abaixo é um artigo repleto de dados e pesquisas, baseados em um estudo de Setembro de 2022, publicado no portal Meio&Mensagem e outro estudo, esse do começo de 2022, que apontava os dados consolidados de 2021 sobre o setor.
A pandemia criou uma nova cultura no brasileiro, tanto no consumidor em comprar mais online, ter mais segurança para isso, como das empresas em apostar mais nessa unidade de negócios. A comodidade é o que sempre regeu as vendas online, desde 2004 quando começamos a falar sobre vendas digitais.
Hoje o tempo é cada vez mais escasso. O que mais vejo, principalmente na minha micro sociedade (termo que criei para definir os pequenos grupos que rodeiam as pessoas) são pessoas com menos tempo para tudo. São amigos e amigas, que trabalham 14 a 15h por dia, e ao mesmo precisam ser pais/mães, filhos/filhas, sobrinhos/sobrinhas, netos/netas, irmãos/irmãs, ou seja, é preciso ter vida além do trabalho.
O dia tem apenas 24h e será assim para sempre. Além do lado profissional e pessoal, é preciso ter o tempo para si, para lazer e cuidar da saúde. E como fazer tudo isso em 7 dias por semana, onde cada um tem apenas 24h? Contando com o trânsito das grandes cidades que nos tiram pelo menos 2h dessas 24h, ainda temos que dormir – o que fazemos cada dia menos – comer, tomar banho, estudar, ler…
Isso não é papo de texto motivacional, mas sim, uma realidade cada dia mais próxima de nós. A minha vida é assim, avalio que muitos que estão lendo isso, se identificaram, não ? Esse cenário é propício para as compras online. Quem nunca chegou em casa 21h e pensou “o que vamos comer?” e recorreu ao Rappi/iFood ou o aplicativo do supermercado preferido?
Quem nunca olhou o calendário e viu que o aniversário de uma pessoa querida seria em 3 dias e não ia ter como passar no shopping para comprar algo? Aproveitou que o Mercado Livre entrega em 24h e comprou o presente?
Ou qual homem que lembrou que o aniversário de casamento era naquele dia e foi até a Giuliana Flores para comprar um presente para a esposa e entregar no trabalho dela?
Esses são pontos que precisamos analisar ao entender o porque o e-commerce cresceu tanto, e de novo, isso não se deve ao fator pandemia, esse fator, ajudou na mudança de cultura, mas o crescimento vinha sendo visto, muito pelos fatos corriqueiros que aqui apresentei, mas é fato que as compras online crescem no Brasil.
O e-commerce não é nenhuma novidade para o brasileiro. Em 2021, o setor de vendas online passou dos 160 bilhões de faturamento, isso representou um crescimento de 26,9% em comparação ao ano de 2020. Exceto o ano de 2020, onde o setor cresceu acima dos 70%, devido a pandemia, o setor crescendo na casa dos 25% é um padrão de muitos anos, antes da pandemia, portanto, esse crescimento está dentro do padrão.
Segundo a Neotrust, o número de pedidos aumentou 16,9% e chegou ao total de 353 milhões de entregas e o ticket médio cresceu 8,6% e atingiu os R$455, isso dados fechados de 2021. Os setores que representam a maior porcentagem dos pedidos durante o ano são:
Como ocorre ano após ano, o Sudeste com 62,3% dos pedidos ainda é o líder em vendas, a supresa da pesquisa da Neotrust é a região Nordeste, que cresceu 3,5 pontos percentuais, e representou 15,1% das encomendas em 2021.
Uma mudanças que venho analisando é, cada dia, menos a dependência do cartão de crédito para as vendas online. Quando o e-commerce estourou no Brasil, quase 95% das compras eram por esse meio, e era esse mesmo meio de pagamento que impedia o crescimento do segmento, uma vez que nem 30% das pessoas no Brasil possuem, até hoje, cartão de crédito.
Dentre as opções de pagamento, cada dia surgindo novas startups nesse segmento, hoje o cartão de crédito ainda domina as vendas, mas com menos poder: 69,7% das compras sendo feitas com esse método de pagamento. Boleto bancário, 6,9%; outras formas de pagamento chegam a 11,1% e 2,3% via Pix, o meio que eu, particularmente, aposto para ser o 2o meio em 5 anos, já que o brasileiro aderiu ao PIX de uma forma única.
A Febraban e Deloitte realizaram uma pesquisa que aponta que: em 2021 foram realizados mais de 4,5 bilhões de pagamentos instantâneos, e o número de usuários que realizam mais de 30 Pix por mês chegou, em março de 2022, a quase 3,9 milhões – um incremento de 809% em relação aos 12 meses anteriores, o Pix também teve impacto sobre DOCs e TEDs, que registraram queda de 26% no mobile banking e de 38% no internet banking, por isso eu aposto no Pix em breve sendo um concorrente direto para o cartão, até porque já existe a modalidade pagamento parcelado via Pix, o que vai ajudar ainda mais no movimento das compras online crescem no Brasil.
Uma pesquisa publicada no site Meio&Mensagem, portal obrigatório para a leitura de qualquer profissional de marketing desse país, me incentivou a escrever esse artigo. Na pesquisa, que abaixo mostrarei os dados, há uma definição um pouco mais clara do que as pessoas compram online.
Os dados vão ao encontro do que a pesquisa da Neotrust apontou no começo do ano, ou sejam, o setor de eletrônicos continua a ser o diferencial dessa nova onda das vendas online, no pós covid, mesmo que ainda não estejamos 100% livres desse mal.
Os aparelhos eletrônicos são os itens mais comprados pelos brasileiros na internet. De acordo com pesquisa realizada pela NZN Intelligence, em agosto de 2022, 60,8% dos respondentes compram eletrônicos pelo e-commerce. Roupas, sapatos e acessórios aparecem em segundo lugar, com 42,4%, os eletrodomésticos vêm logo em seguida com 34,8%.
Segundo a mesma pesquisa produtos para, além dos acima citados, esses segmentos estarem entre os mais vendidos:
O setor de viagens vinha com uma demanda reprimida por causa da pandemia, isso era sabido por todos, porém a alta do dólar e Euro frearam um pouco o crescimento desse setor. Na pandemia, muitos estudos apontavam para pessoas, mais dentro de casa, pensando em reformar o ambiente, mais dentro de casa, mais atentos ficaram com tudo, o que pode ser uma curva de tendência para o crescimento desse segmento.
A pesquisa da Neotrust traz o perfil de compra, nenhuma novidade do que já temos visto nos últimos 15 anos de e-commerce: mulheres representam 58,9% do share de pedidos, enquanto os homens 41,1%. Entretanto, apesar do maior número de pedido do público feminino, o ticket médio desse grupo é menor que o do masculino, R$387 e R$552, respectivamente, esse dado apontado pelo estudo da Neotrust, que aponta para um cenário de: compras online crescem no Brasil.
Complemento esse estudo com o da NZN que aponta que 64% da população brasileira, aproximadamente 136 milhões de pessoas, ainda prefere comprar pela internet, e olha que as gerações Alpha e Z, que nasceram em um ambiente muito mais tecnológico e, na minha humilde visão, iram cada vez menos a shopping para comprar no digital.
O estudo também mostra que 32% dos entrevistados disseram que “aumentou bastante” as compras via comércio eletrônico, sendo que 27% disseram que “pouco aumentou”, 26% permaneceram o mesmo e 15% diminuíram.
Por outro lado, para aqueles que optam por efetuar suas compras em lojas físicas o que é consideração são fatores:
Pode parecer estranho tem gente, em pleno 2022, com medo de comprar online, mas nem é apenas a segurança dos dados em jogo, mas sim, se vai receber o produto ou não. Eu, por exemplo, fiz uma compra em um marketplace. A compra, pelo aplicativo dizia que dia 02 havia sido entregue. Não foi. No sistema da loja, estava em aberto, ou seja, não havia sido entregue. Por 4 vezes entrei em contato com o chat que me pedia 48h para resolver e nada. Dia 14 o produto chegou.
Acha que eu confio nesse marketplace novamente? Chat não resolvia, a loja, nada podia fazer, aplicativo dizia uma coisa, o sistema deles outra.
Experiência é tudo!