Consumidor do futuro

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Consumidor do futuro é um termo que todos os estrategistas precisam ficar de olho. Se você não entendeu ainda que, como estrategista, sua principal preocupação é comportamento humano, algo está faltando no seu conhecimento da sua profissão.

Estrategistas estão sempre de olho no comportamento de hoje e no do futuro, pois é isso que muda o mundo, a forma com a qual as pessoas agem, como elas consomem de tudo – de produtos a conteúdo – e como pensam. 

A frase “ah, no meu tempo…” é usada em todas as gerações, eu sou da geração dos anos 80, que para mim, Felipe, foi a melhor das épocas, mas hoje, em 2023 eu não posso achar que o mundo ainda está na década de 80! Ele mudou – e muito – surgindo novos comportamentos, evoluindo, o consumidor do futuro está presente, hoje, para mudar muitas coisas, no futuro, eles não vão nascer no ano que vem, eles já pensam diferente hoje e vão consumir diferente nos próximos anos.

Acreditar que isso é uma frase de artigo é outra mega miopia!

As Redes Sociais vieram para mudar muita coisa

Se antes uma pessoa impactava 10 a 15 pessoas ao seu redor, no que eu chamo de micro sociedade (prédio que mora, clube de que frequenta, sala de aula…) hoje, um post da Jade Picon, movimenta milhões de reais na economia brasileira, a Jade, na década de 80 não teria esse poder, pois não existia a Internet como a conhecemos e usamos hoje.

Um estudo da WGSN, o qual tive acesso, aponta alguns dos comportamentos mais importantes do consumidor do futuro. Eu não tenho como passar o link desse material, porém, resolvi para esse artigo resumir alguns, dos que eu achei os principais, para vocês, que gostam do que eu escrevo.

Espero que esse resumo do estudo, que se chama “consumidor do futuro”, possa inspirar a você, como inspirou a mim em um dos planejamentos de marca que criei recentemente.

Metodologia do estudo

Sempre bom começar um estudo apontando a sua metodologia, para isso, a WGSN “examina as mudanças na sociedade, tecnologia, meio ambiente, política, indústria e criatividade para identificar as principais forças que vão influenciar as emoções do consumidor em 2024”, e assim ela apresentou ao mercado brasileiro esse estudo, muitos publicitários tiveram acesso à ele. 

“Um sentido de reequilíbrio entre pessoas, locais de trabalho e o planeta deve ser a marca de 2024. Tentando entender os conceitos de metaeconomia e das novas indústrias, é a riqueza de tempo que vai nos conectar uns com os outros. Avance com rapidez, mas abrace a mentalidade ‘slow’. Seja bem-vindo, 2024”, esse é o convite da WGSN para entendermos o consumidor do futuro.

Sentimentos do consumidor 

O estudo está dividido em 4 grandes grupos de consumidor do futuro: 

  • Choque com o futuro: mudanças rápidas na sociedade e na tecnologia causam um sentimento de apreensão.  
  • Excesso de estímulos: sobrecarga emocional e um estilo de vida sempre conectado estão esgotando os nossos sentidos. 
  • Otimismo realista: esqueça a positividade tóxica, chegou a hora de encarar tudo de modo realista. 
  • Encantamento: um sentimento de fascinação que se manteve em segundo plano nos últimos anos. 

Choque com o futuro

Você já se sentiu angustiado e não sabe o porquê?

Já parou para pensar que estamos diante de tanta informação que não sabemos o que ler, quando ler e como ler? Por um lado, conseguimos ler a tese de mestrado da universidade do Japão com poucos cliques, entretanto, falamos com nossos pais por WhatsApp, estamos sempre “na correria” que mal conseguimos nos ater ao que está ocorrendo, e se uma pessoa fala um assunto que não sabemos, nos desesperamos. 

“A expectativa pela metaeconomia e a ansiedade trazida pelo excesso de mudanças em um período tão curto dividem espaço no mundo atual. E esse sentimento tem nome: choque com futuro”, aponta o estudo da WGSN sobre consumidor do futuro.

Acabamos de passar pela pior pandemia dos últimos anos, onde todos nós mudamos, podemos até não ter percebido, a mudança pode ser pequena – ou enorme – mas mudamos, há pessoas, por exemplo, que mudaram para praia ou interior e não voltam a morar na capital por nada, outros, resolveram apenas aproveitar mais as manhãs para cuidar de si.

A ansiedade é um mal do nosso século, isso tem mudado a forma com a qual as pessoas tem lidando, e o excesso do conteúdo é um dos pilares que ajudam essa ansiedade crescer.

Excesso de estímulos 

Ainda no gancho da Pandemia, o estudo de consumidor do futuro da WGSN aponta para um dado interessante, “de acordo com o historiador sensorial Mark Smith, a pandemia causou uma ‘revolução sensorial’ por conta das rápidas mudanças a que os nossos sentidos precisam se submeter para navegar no mundo atual”, ou seja, estamos percebendo o mundo de uma forma diferente.

A mente está cada dia mais conectada. Ficar 5 minutos sem o celular é quase uma eternidade para milhares de pessoas que vão perder o que está ocorrendo nas plataformas sociais, sites, games ou mesmo streaming. 

Chegue no trabalho, na 2a feira, sem ter assistido a série que estreou  na Netflix na 6a feira, você é quase um “E.T” nessa sua micro sociedade. Até o YouTube está vendo isso, quando antes assistíamos vídeos de 30 minutos, hoje, os Shorts de 1 minuto tem tido mais audiência, não à toa, os “cortes” tem sido a principal mídia para os principais Podcasts do país.

No estudo consumidor do futuro, um dado é importante para ser analisado “quanto mais conteúdo temos à disposição, maior é o nosso déficit de atenção e a nossa urgência em buscar conteúdo novo”, esse é um estudo da Eliza Aguhar, membro da plataforma canadense Knowledge Society, mas te coloco uma reflexão: se você, como eu, tem adolescente em casa, como eles consomem conteúdo?

Claro que na década de 80, eu assistia mais TV do que lia um livro, hoje, eu leio 1h por dia e nem vejo TV, mas em casa, a Fernanda, minha filha de 13 anos, é capaz de passar 4 horas no Minecraft e YouTube, mas não passa 10 minutos lendo um livro, nem de Rock n’Roll, tema que ela ama, assim como eu. 

Otimismo realista

O otimismo é um poderoso mecanismo de defesa do cérebro humano, o neuromarketing já defende isso; uma das regras para posicionar marcas é manter elas no otimismo dentro do cérebro humano, e isso não é nada novo, de fato, o marketing já sabe e usa isso há décadas,

No estudo do consumidor do futuro, Adam Grant, professor de psicologia organizacional da Wharton School (EUA), aponta que “estamos nos protegendo das dificuldades, mas também precisamos projetar o mundo no qual queremos viver. Um mundo onde a depressão e a ansiedade não estejam sempre à espreita porque não lemos artigos suficientes no jornal sobre esses temas”.

Ou seja, as pessoas querem se cuidar mais, querem uma melhor qualidade de vida, não à toa, o estudo também aponta que a hashtag #selfcare (autocuidado) está entre as mais acessadas do mundo.

Encantamento 

Os novos pensamentos de marketing apontam para essa palavra estar na agenda dos principais CEOs do mundo. Eu, particularmente, gosto muito de um livro chamado Guiados Pelo Encantamento (DVS Editora), que mostra como uma das minhas marcas favoritas, Mercedes-Benz trabalha esse conceito no DNA da sua marca e não apenas em pontos isolados.

O estudo do consumidor do futuro traz um conceito de encantamento Professor de Psicologia da Universidade de Michigan (EUA), Ethan Kross, o que define o encantamento como “a sensação de arrebatamento que sentimos quando nos deparamos com algo tão poderoso que é difícil de explicar”, o nascimento de um filho, a conquista do emprego dos sonhos, o carro que sempre sonhou ou a viagem que há anos se planeja. 

São realizações que nos encantam, mas como as marcas podem trabalhar isso? Deveria ser uma pergunta constante no cenário dia a dia das marcas, muito mais do que ficar horas debatendo por horas o influenciador a contratar e acabar trazendo Felipe Neto para uma campanha…

Experiência é o novo marketing, frase que aprendi em 2017 com Steve Cannon, CEO global da Mercedes-Benz e que faz todo o sentido hoje, e encantamento não é dar ao seu consumidor a viagem para Nova York com tudo pago que ele sempre sonhou ou levar ele para dar uma volta de 1 hora a bordo de uma Ferrari, encantamento é entender, ouvir e resolver.

Segundo a WGSN, o encantamento tem um poderoso efeito no cérebro, “o encantamento reduz a ansiedade. Quanto mais buscamos e criamos uma experiência encantadora, menor é a nossa ansiedade”, um dos inimigos desse novo mundo, cada vez mais conectado é a ansiedade.

Nunca se vendeu tanto antidepressivo, nunca se orientou tanto exercício para diminuir essa ansiedade, nunca sofremos tanta pressão social, tudo isso gera essa mal, e a notícia ruim, isso só vai piorar.

Jovens de 13 a 14 anos estão buscando depilação à laser por um motivo específico: plataformas sociais de fotos como Tinder e Instagram. A ansiedade para ver o que as pessoas comentam depois de uma foto, é algo que está mexendo demais com a cabeça das pessoas: ao mesmo tempo, no começo desse artigo falamos da angústia, cada dia mais conectado com a ansiedade.

Consumidor do futuro

Esse estudo da WGSN nos dá um panorama do que vem por ai. O estudo é focado no ano de 2024. Esse artigo, publicado no fim de 2023 nos acende um alerta. Como estrategistas de marca, o que a sua está fazendo para resolver esses problemas das pessoas?

Como a sua marca está trabalhando para diminuir a ansiedade de uma compra online, que vai demorar pelo menos 24h para chegar? Como está trabalhando com respostas rápidas para dúvidas complexas das pessoas? Como está trabalhando para a autoestima das pessoas ficar melhor? Qual propósito da sua marca está se conectando com o mundo em que ela se encontra e como muda a vida das pessoas?

Pois é meus queridos leitores, o marketing vai muito além do influenciador a ser contratado para dar like no post da sua marca.

Felipe Morais
Felipe Morais
Publicitário, apaixonado por planejamento digital. Começou a carreira, em 2001, atuando como redator publicitário, passando, em 2003 para a área de planejamento digital, onde atua até hoje, sendo reconhecido como um dos grandes nomes do mercado no Brasil.

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