
17 dados que você precisa conhecer
6 de agosto de 2025
Por que estamos tão atrasados no digital?
3 de novembro de 2025Como os brasileiros se relacionam com os games é uma pesquisa que tive acesso recentemente. Uma parceria da Serasa com a empresa Opinion Box, traçou o perfil do que podemos chamar de “gamers brasileiros” e estou trazendo aqui para vocês dados que podem ajudar em suas estratégias para atingir esse público.
Para deixar esse material ainda mais completo, trarei dados de outras pesquisas, como por exemplo a Pesquisa Game Brasil (PGB 2025) mostra que 82,8% da população brasileira afirma jogar digitalmente.
Dos 213,4 milhões de brasileiros (dados do site do IBGE) cerca de 176,7 milhões de brasileiros jogam algum jogo de forma digital, eu por exemplo, gosto bastante de me distrair com o bom e velho Tetris no meu celular.
Desse montante, 88,8% consideram os jogos digitais uma das principais formas de entretenimento, ou seja, é um momento em que o cérebro das pessoas está mais relaxado e com isso mais propenso a consumir, e isso, se bem usado pelos estrategistas de marca podem dar um resultado muito grande para a sua marca.
No primeiro semestre de 2025, o mercado de games online no Brasil movimentou 17,4 bilhões de reais; para efeito de comparação as Loterias movimentaram 11 bilhões no mesmo período. Como os brasileiros se relacionam com os games é para você entender como usar tudo isso a seu favor.
Perfil do gamer brasileiro
O perfil do público são mulheres (53,4%) com idade entre 30 e 40 anos, o que surpreende um pouco, pois sempre foi um território mais masculino esse de games.
As classes BC são as que mais consomem; mulheres preferem jogar em smartphones enquanto os homens em consoles ou desktop.
Como os brasileiros se relacionam com os games é importante para entender como marcas podem surfar neste universo sem serem invasivas ou virarem paisagem com apenas banners em jogos ou aquelas propagandas que interrompem os jogos, causando raiva e não conversão em quem joga.
Games deixam o cérebro competitivo
Estudos de neuromarketing mostram que as pessoas se tornam muito competitivas com os games, misturando estímulos de prazer, atenção, emoção e aprendizado, e com isso liberam a dopamina via sistema de recompensa, ou seja, a cada fase que passamos, recebemos uma dose de dopamina reforçando a nossa sensação de prazer, não à toa, ficamos tanto tempo no celular.
Se você, assim como eu, tem crianças em casa, já percebeu como o humor deles até muda quando estão jogando, por exemplo, com os celulares em mãos, por isso, fica o alerta aqui de que muito tempo com o jogo, pode despertar comportamentos compulsivos e isso não é nada interessante, principalmente, para cérebros em desenvolvimento como os das crianças, vale lembrar que o nosso cérebro atinge a maturidade estrutural quando atingimos os 25 anos.
Como os brasileiros se relacionam com os games, mostra que nem tudo é ruim nos jogos. Eles ajudam em muitos momentos, e como tudo na vida, usando com cuidado e controle, podem ajudar as pessoas em diversos momentos; por exemplo, meu amigo Fábio Ota, que criou o Cérebro Ativo onde estimula aspectos cognitivos para ativar a memória, com foco em treinamento para pessoas 50+, melhorando a sua saúde mental, como a prevenção à Doença de Alzheimer, foi um dos detalhes que potencializaram a decisão; saúde mental, que em Setembro está sendo muito falada devido ao Setembro Amarelo.
Como usar a propaganda durante os games
Logo abaixo, vou colocar dados sobre o perfil do público, vamos entender como podemos pensar estratégias dentro dos games. Existem várias maneiras de se criar campanhas onde marcas podem se destacar, eu, particularmente, acredito que as marcas participando e não apenas anunciando é sempre o melhor caminho.
A estratégia chamada Product Placement em que as marcas aparecem naturalmente dentro do jogo, como por exemplo a chuteira da Nike em um jogo de futebol ou a Porsche em um jogo de carros de corrida nas ruas de uma grande cidade.
Quando o jogador ganha algo ao interagir com a propaganda, pode ser interessante, entretanto há pouco envolvimento. As pessoas vão interagir apenas para ter o benefício sem ao menos saber o que aquela marca é ou oferece, para a métrica da vaidade – curtidas ou cliques – tende a ser um sucesso, mas mexer o ponteiro do financeiro nem tanto. Como estratégia de branding, pode até ter algum efeito, mas avalio que a Product Placement ainda é mais eficaz de todas as iniciativas dentro de um game.
Itens virtuais e Skins patrocinadas é outra estratégia a ser pensada. Eles podem estar dentro do conceito de Product Placement, o que me agrada e se é algo que reflete no jogo o que o produto é na realidade, isso é ainda mais válido, por exemplo, um avatar pode tomar um Nescau e ter mais energia para correr atrás dos objetivos do jogo, isso é algo que o produto que tem como slogan “energia que dá gosto” promete na vida real.
Há outras formas de inserir marcas em games, como eventos online patrocinados, e-sports e anúncios dinâmicos nas plataformas, esse, como disse, para mim, acabam se tornando paisagem e ninguém repara; cabe ao estrategista entender o momento da marca e seus objetivos, para branding, essas ações tem sua importância, mas no mundo que vivemos hoje da performance imediata, não arriscaria muito essas estratégias, focando mais em Product Placement
Como os brasileiros se relacionam com os games
Essa é a pergunta que pretendo responder agora com a pesquisa que recebi recentemente em um grupo de WhatsApp. Neste exato momento, eu não tenho nenhuma marca que está trabalhando com esse mercado, mas por ser autor de um livro sobre Metaverso, e acreditar que esse tema não morreu – lá fora movimenta bilhões, aqui no Brasil agências tem medo de ousar – recebo muitas pesquisas sobre esse universo.
Uma caneca com Coca-Cola é minha companheira para leitura de reports diários, afinal, um estrategista precisa ter repertório, não é verdade?
Segundo a pesquisa Serasa e Opinion Box, como já era de se esperar os jogos de tiro e ação estão entre os preferidos, com 38 e 37% da preferência, em uma pesquisa de múltipla escolha. Simuladores, combate e esportes vem na sequencia completando os 5 temas preferidos dos chamados gamers.
O Playstation é o console favorito para 36% das pessoas; empatados em 2o e 3o lugar, com 23% cada um, na preferencia dos gamers, estão notebook e desktops como locais onde eles gostam de se divertir.
Cerca de 52% dos gamers jogam sozinho, mas os que gostam de compartilhar o jogo, tem nos amigos (57%) os preferidos, seguido dos familiares (42%) como os preferidos para os desafios dos jogos.
De 1 a 3h é o tempo que 64% das pessoas passa por dia nos jogos online. Como os brasileiros se relacionam com os games é entender tudo isso e como trazer as marcas para esse universo do entretenimento.
Como os brasileiros se relacionam com os games é importante para entender como traças estratégias para a sua marca dentro desse universo de ampla expansão no Brasil.
Cerca de 55% dos gamers são atraídos pelos jogos pela competitividade que eles trazem, o que remete ao que falamos acima sobre estudos de neuromarketing, tal qual 37% usam os games para desestressar, e aqui voltamos ao tema da saúde mental.
O mercado de assinaturas de bibliotecas online no Brasil ainda é tímido, apenas 24% dos gamers assinam algum serviço, com ampla vantagem para o Xbox Game Pass, onde 68% dos assinantes usam, em 2o lugar, com 26% vem o PlayStation Plus.
Cerca de 59% das pessoas costumam comprar games e jogos digitais para seus consoles, onde 15% compram mensalmente algum jogo; o ticket médio é de R$ 250,00 mensais gastos em jogos.
O game pode ser um item de presente para amigos, afinal, 51% das pessoas afirmam que já compraram games ou acessórios para presentear gastando de R$ 100,00 a R$ 200,00 para presentear, principalmente no aniversário do ente querido, ou no Natal.
As moedas virtuais tem alta aderência nesse universo. Cerca de 87% das pessoas ao comprar algum item costumam adquirir utilizando moedas virtuais conquistadas dentro dos próprios jogos; desse universo, 71% consideram gastar dinheiro parar comprar moedas mesmo que o jogo ofereça a possibilidade de ganha-las jogando, ou seja, é um mercado para se ficar de olho caso você atue no cenário de moedas virtuais ou criptomoedas.
Digital em tudo
Instagram é o canal onde as pessoas mais acompanham notícias sobre lançamentos e informações de jogos. Cerca de 47% das pessoas estão na plataforma da Meta, 42% estão no YouTube e 21% na Twich. Ou seja, Meta, Google e Amazon dominando esse mercado bilionário.
Acompanhar os jogos online é uma outra atividade que os gamers fazem. Cerca de 69% deles demonstram interesse em assistir e acompanhar conteúdos sobre jogos digitais, 49% participam ativamente de comunidades e grupos relacionados a jogos. Para 46% das pessoas é importante acompanhar informações sobre os jogos diariamente.
Para assistir aos jogos, o Google sai na frente, afinal, 82% das pessoas usam o YouTube como a plataforma principal para esse movimento, a Amazon fica em 2o com 64% das pessoas usando a Twitch, lembrando que essa pesquisa é múltipla escolha. Em 3o lugar, vem a Meta, com 38% das pessoas usando o Instagram.
Como os brasileiros se relacionam com os games não é simplesmente para “ah coloca um banner lá”, mas sim, um estudo que trago aqui para inspirar você a criar estratégias para esse universo, e sair um pouco da miope visão do post no Instagram como único recurso para sua marca.
Em resumo
Entender esse movimento de como os brasileiros se relacionam com os games é importante. O mercado de games é bilionário em todo o mundo e no Brasil não é diferente. Não devemos entrar no jogo apenas por entrar, é preciso estratégia, objetivo e principalmente conhecer a fundo o público.
Os dados apresentados aqui espero que tenham ajudado, mas esse é um artigo e não uma pesquisa aprofundada. Coloquei aqui alguns dados, mas por exemplo, a Pesquisa Game Brasil (PGB 2025) traz muito mais dados do que eu coloquei aqui, meu intuito é despertar o seu interesse nesse cenário, mas como sempre falo em sala de aula, nas aulas de planejamento, vá a luta e traga mais dados e estudos para embasar sua estratégia!



