A lenda Jô Soares se foi

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A lenda Jô Soares se foi. Aos 84 anos ele nos deixou. Talvez, o mais genial artista que tivemos nos últimos tempos no Brasil. Ator, escritor, humorista, dramaturgo, roteirista, pintor, entrevistador, produtor e diretor. E o pior, o gordo mais amado do Brasil era bom em tudo. Não tinha algo que o Jô não fazia bem, Jô era incansável e sua criatividade não parecia esgotar, cada dia, era algo novo e a cultura do Brasil perde com a sua partida.

Como um grande – sem trocadilhos por favor – homem de comunicação, esse blog não poderia deixar de prestar uma justa homenagem, Jô contribuiu para a comunicação do Brasil, para a história, não apenas com publicidade onde emprestou sua imagem e talento para algumas marcas, mas também para o formato de bate papo, no seu Talkshow, que hoje se usa muito nos Podcasts, além, de ter sido referência para outros formatos como o The Noite, sucesso comandado por Danilo Gentilli e meu querido amigo Diguinho Coruja.

Na 6a feira passada o país acordou mais triste e um pouco menos culto. Jô Soares morreu na madrugada sexta-feira 05/08 em São Paulo. Conhecido pelo seu trabalho como apresentador, humorista, escritor e ator, o artista, ao longo dos 60 anos de carreira, também ocupou as telas da TV usando o seu humor em campanhas publicitárias para diversas marcas desde os anos 1960.

Ainda é difícil aceitar que a lenda Jô Soares se foi.

Jô na Publicidade

Por esse ser um blog voltado ao marketing digital, não poderia começar de outra forma a não ser mostrando o carismático multimídia José Eugênio Soares em comerciais de TV, tendo como referência uma matéria publicada no Portal Propaganda e Marketing, que mostra campanhas engraçadas com o gênio Jô.

“Jô Soares imitou o sempre candidato à presidência Enéas Carneiro em comercial da Brastemp, se envolveu em acidente de trânsito em filme do Grupo Atlântica de Seguros, ficou ilhado em ação da Telesp – antiga empresa de telefonia de São Paulo –  e viajou os quatro cantos do país em ação da Varig, companhia aérea extinta em 2006”, aponta a matéria que trouxe a homenagem horas depois do anuncio do falecimento dele.

Como foi o caso dele imitando o folclórico Enéas Ferreira Carneiro, que faleceu em 2007. Nesse comercial, Jô faz promessas que seriam cumpridas de verdade, algo que dificilmente vemos em candidatos, independente de quem seja. A publicidade é sempre uma boa renda para celebridades do calibre do Jô Soares, que por seu talento cativa o público e isso é traduzido para uma marca quando essa traz ele como garoto propaganda.

“Tudo o que fiz, tudo o que faço, sempre tem como base o humor. Desde que nasci, desde sempre”, afirmou em depoimento ao site Memória Globo, o eterno Jô Soares.

Seria Jô o Charles Chaplin

Um dia, estava em em uma aula onde a professora falava com paixão  de um dos maiores gênios do entretenimento mundial, Charles Spencer Chaplin, Jr., mais conhecido pelo seu nome artístico Charlie Chaplin. Eu, sinceramente não tinha noção de quantas atividades Chaplin teve ao longo de sua carreira: ator, comediante, diretor, compositor, roteirista, cineasta, editor e músico britânico. Chaplin foi um dos atores da era do cinema mudo, notabilizado pelo uso de mímica e da comédia pastelão.

Jô não foi responsável por criar nada no cinema, mas era uma pessoa de muitas facetas; tal qual Chaplin, Jô era bom, aliás, excelente em tudo o que se prestava a fazer; me lembro de aos 13 anos, ao acordar pela manhã e ver a Revista Veja sob a mesa dos meus pais. Eu corria para abrir e ler a coluna do Jô na revista. Adorava, talvez, eu tenha sido influenciado por ele a escrever. Ele teve essa coluna de 1989 a 1996.

Tendo conhecimento a tudo o que Chaplin fazia, cheguei a escrever um artigo em que dizia que ele havia sido o primeiro planejador, inspiração para esse artigo veio da minha paixão na publicidade, o planejamento, e por seremos pessoas com muitas faces. Chaplin mudou o mundo, Jô mudou o Brasil, mas arrisco dizer que se Jô tivesse nascido em Nova York e não no Rio de Janeiro, ele teria um reconhecimento similar, ou até maior, do que Chaplin, desculpe o ” bairrismo”, mas eu sempre fui muito fã de Jô e por muitas noites só ia dormir depois do “beijo do gordo”.

E assim seguiremos a vida, a lenda Jô Soares se foi, não teremos mais o beijo do gordo.

Humor acima de tudo

Nos últimos 25 anos, Jô ficou conhecido por ser o apresentador do talk-show mais famoso do país. Na TV Globo, estrelava o “Programa do Jô”, exibido de 2000 a 2016. Considerado pioneiro do stand-up, também se destacou por ser um dos principais comediantes da história do Brasil, participando de atrações que fizeram história na TV, como “A família Trapo” (1966), “Planeta dos homens” (1977) e “Viva o Gordo” (1981). Além disso, escreveu livros e atuou em 22 filmes.

Família Trapo, eu separo entre os sucessos de Jô, como o principal. Foi esse seriado que deu origem a muitos outros, incluindo “Bronco”, sucesso dos anos 80 sob o comando de outro gênio, Ronald Golias, de quem sempre fui fã também e o mais recente Sai de Baixo, comandado por Miguel Falabella, outro espetacular ator.

O Brasil tem atores e atrizes muito acima da média que não deixa a desejar para os grandes nomes americanos. Pensar o contrário é viver na síndrome  de cachorro vira lata.

Como não chorar de rir com a cena em que Jô, no gol, espera enquanto Bronco (Golias) ensinava como se batia pênalti  a um “tal” Pelé. Se o vídeo não carregar, não assuste, talvez precisemos de um 6G para carregar um vídeo com tanto talento junto. O vídeo tem 25 minutos, mas vale a pena, pois você vai rir 30!

E pensar que o Brasil por pouco não perdeu o talento artístico para a carreira diplomática. Jô queria ser diplomata, Estudou no Colégio de São Bento do Rio de Janeiro, no Colégio São José de Petrópolis, e em Lausana, na Suíça, no Lycée Jaccard, com este objetivo, porém o destino lhe reservava outros caminhos.

Em uma das suas brincadeiras no Copacabana Palace, onde morou boa parte da infância, Silveira Sampaio, olhou para o menino e disse que ele poderia ser o que quisesse, mas acabaria em um palco.

Antes da cultura e entretenimento. Jô chegou a trabalhar em uma empresa que exportava café, como Office Boy e depois em um agência de turismo, a Castelo Turismo, onde em um ano, conseguiu vender apenas uma passagem de ônibus! Ele sempre foi engraçado e fazia todos darem muitas gargalhadas com suas piadas, sacadas e imitações.

A mãe também foi referência para Jô, ele dizia que a Dona Mercedes Pereira Leal, tinha um senso incrível de humor. Por causa de uma doença, ela precisou amputar 2 dedos da mão e quando saiu da cirurgia disse aos amigos que a manicure deveria lhe dar 20% de desconto a partir daquele dia.

“Não há limite para o humor, esse é uma visão de mundo, uma maneira de olhar coisas e pessoas”, afirmou em depoimento ao Programa Estrelas, apresentado pela Angélica (Rede Globo,)  Jô Soares.

A Brilhante carreira

Detentor de um talento versátil, além de atuar, dirigir, escrever roteiros, livros e peças de teatro, Jô Soares também foi um apreciador de jazz e chegou a apresentar um programa de rádio na extinta Jornal do Brasil AM, no Rio de Janeiro, além de uma experiência na também extinta Antena 1 Rio de Janeiro.

  • 1956 — Estreia na televisão no elenco da Praça da Alegria, na época na RecordTV, onde ficou por 10 anos.
  • 1965 — Protagoniza a única novela de sua carreira, a comédia Ceará contra 007, a trama de maior audiência naquele ano no Brasil. Também na Record.
  • 1967 — Em “Família Trapo“, roteirizava ao lado de Carlos Alberto de Nóbrega e atuava como Gordon, o mordomo atrapalhado e descompensado. Último trabalho na Record.
  • 1971 — “Faça Humor, Não Faça Guerra” foi primeiro humorístico da TV Globo a contar a com a participação do comediante. O programa em meio à Guerra Fria e ao conflito do Vietnã brincava com o slogan pacifista hippie “Make love, don’t make war” (Faça amor, não faça a guerra).
  • 1973 — “Satiricom“, novo humorístico da TV Globo, com direção de Augusto César Vanucci, realizava roteiros com Max Nunes e Haroldo Barbosa. A atração satirizava o título do filme homônimo de Federico Fellini – “Satyricon“. Na promoção do programa, todavia, diziam que era a “sátira da comunicação” num mundo que tinha virado uma “aldeia global“, expressão que esteve na moda depois dos primeiros anos da TV via satélite.
  • 1976 — “Planeta dos Homens“, nova sátira com o cinema – desta vez, a série cinematográfica “O Planeta dos Macacos“, atuava com roteiros de Haroldo Barbosa.
  • 1981 — “Viva o Gordo“, com direção de Walter Lacet e Francisco Milani, foi o primeiro programa solo dele. Tinha roteiros de Armando Costa. Deu origem ao espetáculo do gênero “one man show” de Jô chamado “Viva o Gordo, Abaixo o Regime” (sátira explícita ao Golpe Militar de 1964 ainda vigente àquela época). As aberturas do programa brincavam com efeitos especiais usando técnica de inserção de imagens de Jô entre cenas famosas do cinema (como em “Cliente Morto Não Paga” e “Zelig”) ou “contracenando” com políticos nacionais e internacionais, como Orestes QuerciaJânio QuadrosRonald Reagan etc.
  • 1982 — Participação no “Chico Anysio Show“.
  • 1983
  • 1988 — “Veja o Gordo“, estreia no SBT com o mesmo estilo do “Viva o Gordo” da Rede Globo. Estréia nesse ano, ainda no SBT, o talk show “Jô Soares Onze e Meia” (1988–1999).
  • 2000 — Trazido de volta para a Rede Globo, onde apresentou o Programa do Jô até 2016, e fez participação no especial de Natal do programa “Sai de Baixo” — episódio “No Natal a Gente Vem Te Mudar” (sátira ao título da peça de Naum Alves de Souza, “No Natal a Gente Vem Te Buscar”) como Papai Noel.
  • 2018 — Participa como comentarista do programa Debate Final, no Fox Sports, debatendo sobre a Copa do Mundo FIFA de 2018.[12]

A lenda Jô Soares se foi

E assim, depois de 84 anos muito bem vividos, com muitos amigos e milhares de admiradores, incluindo eu, Jô Soares se despediu. Não queria que falassem a causa da sua morte, e espero que os abutres da imprensa – recado direto a Leo Dias e Sonia Abraao – respeitem. Discreto como sempre foi a sua vida pessoal. Jô foi casado 3 vezes, teve um filho, que faleceu em 2014, ele tinha altismo.

Obrigado por tudo, Jô!

Felipe Morais
Felipe Morais
Publicitário, apaixonado por planejamento digital. Começou a carreira, em 2001, atuando como redator publicitário, passando, em 2003 para a área de planejamento digital, onde atua até hoje, sendo reconhecido como um dos grandes nomes do mercado no Brasil.

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