Em que o Podcast agrega a sua marca?

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Em que o Podcast agrega a sua marca? Essa é uma pergunta que me fazem muito, quando eu apresento a ideia de um podcast para uma empresa, alguns acham que isso é coisa de veículo, que são eles que produzem conteúdo para o grande público, porém, o grande – e meu amigo – Rafael Rez nos ensina que conteúdo é algo que as marcas devem produzir, e complemento isso dizendo que para mim as marcas precisam fazer isso todos os dias. O conteúdo vende!

Em 2021, vimos no Brasil a explosão dos Podcasts. Marcas como Flow, Podpah, Resumocast, Mano a Mano ou o Ticaracaticast, ajudaram a impulsionar e hoje há mais de 2 milhões de Podcasts pelo Brasil de todos os temas possíveis, de esporte a música, de humor a notícias. Há diversos temas para serem abordados nesses canais de conteúdo, entre os mais ouvidos em 2022, tem histórias, jornalismo, entretenimento, bate papo e até psicologia. 

Não resta a menor dúvida que esse canal de comunicação caiu no gosto das pessoas e por motivos simples: eles podem ser visto de onde e na hora que cada um desejar, usando o aparelho que desejar, sendo 86% ouvem pelo smartphone e em várias plataformas, sendo Spotify e YouTube as principais, e fazendo diversas atividades como arrumar a casa, cozinhar, antes de dormir ou enquanto se deslocam de um lugar para o outro. 

Quem ouve Podcast no Brasil?

PodcastO Brasil é o terceiro país do mundo que mais consome podcasts. Os programas de áudio são ouvidos com frequência por mais de 41 milhões de brasileiros, em comparação com os 17 milhões de 2019, segundo o Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic) registrou crescimento de mais de 132% no pós-pandemia.

As mulheres entre 25 e 34 anos, classe C, que mora na região sudeste e ouve pelo menos três vezes por semana é quem domina a audiência desse formato de conteúdo, mas isso não significa que o conteúdo seja apenas para elas, afinal, há quase 40 milhões de pessoas que podem consumir conteúdo. Para 53% dos consumidores, se aprofundar em um conteúdo é o fator principal e música/filmes são os temas com mais audiência.

Segundo um estudo da Revista Fast Company, “do lado dos produtores, 44,5% dos profissionais já atuam diretamente com esse tipo de formato, que foi impulsionado recentemente, de acordo com a pesquisa “O mercado de podcasts no Brasil”, realizada pela Comunique-se e que contou com a participação de empresas e profissionais”.

O levantamento mostra ainda que 94,2% acreditam que os podcasts vieram para ficar e que 56,1% querem desenvolver algum projeto para a empresa em que trabalham.

O cenário está mais do que claro de que o Podcast está consolidado. Em 2021 surgiu com força, em 2022 ganhou mercado e tração e em 2023 estará em seu momento de consolidação. E as marcas, estão de olho, não apenas com patrocínio, mas criando seus próprios conteúdos e trazendo para o seu universo pessoas interessadas em se aprofundar no que as marcas tem a oferecer, mas de cara, #ficadica se for criar um Podcast para vender produtos, esquece, ou poderá cair no mesmo erro que as marcas fazem acreditando que o Instagram é um catálogo de vendas digitais.

Para criar o Podcast da sua marca, antes de tudo, faça um planejamento: qual o objetivo? Qual a meta? Qual a estratégia de conteúdo? Quais pilares da marca serão exaltados? Como o podcast vai ajudar as pessoas a consumir mais seus produtos ou serviços? O foco não é venda, mas sim, conteúdo e branding, as vendas, assim como deveria ser nas Redes Sociais, deve ser uma consequência de um conteúdo bem feito e relevante para a sua audiência.

Vantagens do Podcast

Segundo o portal Skeepers, o termo podcast está associado aos princípios da velocidade, imediatismo, flexibilidade e conforto.  É um formato que tem sido capaz de se adaptar a novos hábitos de consumo, pelo que já é considerado como mais uma ferramenta de marketing digital.  Entre as suas características encontram-se:

  • O poder do áudio: Sem dúvida, este é um formato que, pela sua essência, se conecta de uma forma mais íntima e também precisa de escuta atenta pelo utilizador.
  • Relação próxima: Este contexto íntimo também permite criar relações de longo prazo com os ouvintes e traduz-se em alcançar a tão procurada credibilidade para as marcas.
  • Facilidade de consumo: Sempre pronto para ser consumido. O conteúdo on-the-go é a pedra angular do podcast e também pode ser acedido a partir de qualquer dispositivo móvel.
  • Temas intermináveis: Além de ser livre, a sua diversidade de temas torna-o atrativo para uma multiplicidade de géneros e utilizadores de todos os públicos.

Podcast de marcas

No site do Meio&Mensagem, foram apresentados alguns cases interessantes de marcas, como por exemplo o case da Phillips, desenhado pela agência iD\TBWA e produzido pela Mission Music, o programa conta com 33 episódios, de até 10 minutos de duração cada. Em cada capítulo é explorado algum aspecto emocional que envolve as 33 semanas (oito meses) de gravidez vividos durante esse momento de comunhão entre filho e mãe.

A ideia do Podcast, segundo entrevista do diretor associado de criação da agência, Lucio Caramori, “foi pensar na experiência (e disponibilidade) de mulheres gestantes, para isso, lançamos o programa Uma mãe amiga nas principais plataformas de streamings. Os episódios foram pensados para trazer mulheres de diferentes formações, regiões, famílias e crenças para contar suas experiências e relatar os momentos de inseguranças e alegrias durante a gestação”, e nesse depoimento de Caramori, eu, Felipe, pergunto: cadê a venda? Pois é, ela obviamente ocorre mas não através de uma campanha de performance com o influenciador da moda, mas sim com encantamento e engajamento.

A Natura dominou um território da música como poucas marcas conseguiram. Diversos estudos apontam para o quanto a música ajuda nas conexões, até mesmo de pessoas que tenham algum distúrbios do sistema nervoso, e a Natura, entendeu a importância da música na vida das pessoas e dominou esse território, o Natura Musical é um projeto muito interessante da marca e reúne pessoas em torno da sua atmosfera.

Comandado por Sarah Oliveira, o Nos Encontramos na Música é um programa que debate o papel da cultura na construção de um mundo melhor, o projeto teve um período curto,  mas ainda está disponível nos canais de streaming e YouTube que traz grandes nomes da música para diversos debate sobre a cultura no país, algo que a Natura tanto oferta. E de novo, a pergunta: cadê a venda de produto?

Em que o Podcast agrega a sua marca?

O retorno do PodCastPor ser um queridinho dos brasileiros, os podcasts precisam fazer parte das estratégias das empresas, aponta Fabiana Ramos, CEO da agência de comunicação PinePR. Para ela, tanto a estratégia de earned media (quando se conquista espaço na mídia espontaneamente) quanto a compra de espaço publicitário ou os canais próprios de divulgação devem contar com podcasts em sua oferta de conteúdo; eu, Felipe Morais, já aponto que os Podcasts devem ser usados como branding, encantamento, relacionamento e por fim, vendas, assim como eu acredito que as Redes Sociais deveriam ser.

Para Davi Cury, sócio e chefe de operações da plataforma de serviços criativos BPool, o maior desafio de uma estratégia de podcast  é manter uma mensagem consistente com a estratégia de comunicação desenhada para aquela marca: “além de entreter e informar, o conteúdo precisa cumprir uma tarefa dentro do esforço de marketing. Ter clareza de qual é essa tarefa e executá-la adequadamente é chave”, outro desafio é manter a relevância por muito tempo, ou seja, criar conteúdo genuíno, trazendo personalidades que confiram autoridade ao podcast, são outros dois desafios importantes, mas é preciso que essa escolha seja muito bem feita.

Em época de polarização nas Redes Sociais, muitas celebridades ou mesmo as webcelebridades, na ânsia de lacrar para agradar um seleto grupo de pessoas, acabam cometendo erros grotescos. Emicida, por exemplo, é uma figura constante nos Podcasts, é um cara que tem uma história de superação, o que o brasileiro adora, mas ao mesmo tempo é o cara que luta contra o capitalismo vestindo um moletom da Gucci com a Adidas de 5 mil reais. É preciso muito cuidado ao escolher quem vai representar a marca, ou o tiro certo do Podcast pode virar contra o pé dos gestores da marca.

Conte a sua história 

Toda a marca tem uma história. As melhores histórias criam as melhores marcas, esse é um conceito que o branding muito claro para qualquer um que atue nessa área. A pesquisa do Meio&Mensagem aponta para “picos de audiência dos programas nesse formato são, principalmente, no período da manhã (entre 8h e 11h). Além de se preocupar com os estilos de programa – entrevistas, debates, mesas redondas até mesmo imersões por meio de histórias – as marcas passaram a se preocupar com os contextos e momentos do público-alvo ao dar play no episódio”.

Não vejo um caminho diferente do que criar um Podcast para a sua marca, mas cuidado, criar por criar, é outro tiro no pé! Se é para entrar, entre com tudo e crie relevância, engajamento e relacionamento, depois, pense em vendas, a inversão desses papei pode ser prejudicial!

 

Felipe Morais
Felipe Morais
Publicitário, apaixonado por planejamento digital. Começou a carreira, em 2001, atuando como redator publicitário, passando, em 2003 para a área de planejamento digital, onde atua até hoje, sendo reconhecido como um dos grandes nomes do mercado no Brasil.

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