Futuro do Metaverso vem sendo debatido desde que a National Retail Federation, ocorrida no começo de Janeiro. Por mais que o tema Metaverso pouco tenha sido debatido na feira, a pergunta que ela gerou foi:
Será que o Metaverso é uma estratégia de marketing ou foi apenas um surto coletivo?
A resposta você poderá ver aqui nesse artigo. E desde já, não serei parcial apenas porque eu, junto a Maya Mattiazzo, escrevemos um livro sobre o tema, afinal, se nós não acreditássemos em 2022 nesse tema não teríamos escrito, e, se não continuássemos a acreditar não estaríamos dando entrevistas para alguns canais digitais e muito menos perdendo nosso precioso tempo fazendo reuniões e montando propostas para empresas que nos procuram.
Estamos em Março de 2023 e 3, dos principais eventos do varejo já ocorreram. Começamos pelo CES, maior evento de tecnologia do mundo, onde o Metaverso foi o tema principal, depois, passou a NRF onde pouco se falou do tema, lembrando que em 2022 Metaverso foi “o” tema. Agora no MWC – Mobile World Congress – esse tema foi novamente debatido, e estou particularmente ansioso para saber o que será falado no SXSW daqui alguns dias.
O futuro do Metaverso começa a ser debatido, mesmo que ele ainda seja um bebê começando a aprender a engatinhar, porém, vale lembrar que esse bebê já movimenta bilhões em todo o planeta. Nem o bebê Jhonson movimenta tanto dinheiro! (Brincadeira, claro).
Você pode me questionar sobre a Microsoft ter demitido todo o time do Metaverso recentemente; ou Mark Zuckerberg, que em Outubro de 2021 movimentou o mundo quando chamou o grupo que comanda, de Meta por apostar no Metaverso, ter, recentemente dito que investiria mais na Inteligência Artificial deixando o Metaverso de lado como dois movimentos importantes contra o futuro do Metaverso.
Sinceramente, esses pontos chamam, negativamente a atenção para o Metaverso, mas em defesa desse universo, posso dizer que a gente não sabe ao certo o que houve nas duas empresas para essa decisão, mas que ela afeta a confiança do mundo todo no Metaverso, não há como negar.
Por outro lado, vendo os maiores eventos do mundo do varejo e tecnologia debaterem esse tema, olhando os bilhões que o Metaverso já movimenta no mundo desde 2019, prefiro ver o copo meio cheio.
Segundo a cobertura do Meio&Mensagem o MWC trouxe novas perspectivas para o futuro do Metaverso, trazendo a evolução dos automóveis para essa realidade, um mercado que há algum tempo vem sendo debatido, uma vez que as novas gerações tendem a não ter carros, o que eu, sinceramente acho muito mais um discurso para ficar “hype” do que uma prática.
“O BMW i Vision Dee, novo carro da marca é um modelo conectado, em vez de uma tela sensível ao toque no centro do painel, combina comandos de voz naturais e informações de infoentretenimento em uma tela configurável que permeia todo para-brisa. Por meio dessa tecnologia, o o carro pode substituir, por exemplo, a estrada e os edifícios ao redor por tapetes de grama e flores. Conta, ainda, com funcionalidades como: projeção de avatar do lado de fora das janelas ou o que desejar, sem que ninguém veja o que está acontecendo dentro do veículo, promovendo uma experiência emocional. As telas entram na rotina do usuário de modo natural e geram uma noção de companheirismo. As pessoas procuram por companhia”, segundo aponta a matéria.
Essa tecnologia que a BMW poderá trazer, algum dia, para o dia a dia das pessoas apresenta bem esse conceito de que o Metaverso une os dois mundos, e se eu pudesse falar um pouco mais do futuro do Metaverso, eu apostaria em iniciativas como essas, afinal, quem disse que o Metaverso deve ser restrito ao smartphone das pessoas?
Outro ponto que a matéria traz é sobre “As pessoas procuram por companhia”, sim, o tempo inteiro! A internet ajudou o mundo a se conectar, por exemplo, hoje é extremamente comum ver um casal que se uniu por causa da Internet; eu por exemplo, reencontrei a minha esposa depois de 20 anos por causa de uma foto que postei no Facebook e que uma pessoa compartilhou e se tornou um bate papo no Messeger 2 horas depois, com mais de 40 alunos que estudaram na escola da foto que eu tinha postado. Foi assim, há 11 anos atrás, que reencontrei a Maya. O resto é história para outro post.
A NRF trouxe à tona esse conceito, que há algum tempo o varejo já debatia. Com a chegada do 5G, que vai potencializar Internet das Coisas, Inteligência Artificial, BigData e outros pontos que encaro como o guarda-chuva da Transformação Digital, os gêmeos digitais podem ser uma nova resposta à pergunta sobre o futuro do Metaverso.
Tecnologia que simula toda a linha de produção com precisão, ou seja, é criada uma simulação dos detalhes do universo físico no virtual, a fim de melhorar a manutenção preditiva de máquinas e equipamentos, denominada de gêmeos digitais. O futuro do Metaverso passa por aqui!
De acordo com a professora Sandra Wachter, pesquisadora sênior em Inteligência Artificial (IA) da Universidade de Oxford, entende o apelo da criação de gêmeos digitais a partir de humanos: “É uma reminiscência de romances de ficção científica emocionantes e, no momento, esse é o estágio em que ele está“, segundo site da BBC.
Gêmeos digitais, pode, então, ser resumido em: levar uma cópia do mundo físico ao virtual, o que permite que processos, produtos e serviços sejam testados e analisados em sua totalidade e tomadas de decisão de negócios sejam mais eficientes e investimentos mais inteligentes.
Entre os elementos que compõem essa tecnologia, estão: modelo do ativo (que descreve sua estrutura), análises (que preveem e descrevem comportamento) e base de conhecimentos (os dados captados via variáveis relacionadas ao ativo do mundo real). Por meio dos gêmeos digitais, é possível levar dados do mundo físico para o digital e, assim, traçar um perfil evolutivo do objeto, bem como identificar resultados de performance, a fim de realizar mudanças de estratégia.
Com o 5G, machine learning, inteligência artificial e BigData, podemos prever o futuro do Metaverso como uma grande plataforma ligando as pessoas com as empresas, algo que hoje vemos com o site, Redes Sociais, streaming, vídeos entre outros, e como estamos vendo, uma plataforma não mata, mas potencializa a outra.
O Metaverso está muito longe de ser apenas um ambiente para avatares se encontrarem, seria como dizer que o Instagram é apenas uma plataforma para pessoas verem as fotos de outras pessoas, seria uma enorme miopia definir o Instagram dessa forma.
O futuro do Metaverso passa por se questionar o que vamos ver daqui para frente. Será uma plataforma de comunicação e vendas? Será uma nova forma de relacionamento de pessoas com pessoas e marcas? Será um ambiente para o crescimento de uma nova economia baseado nas Criptomoedas? Será um novo ambiente para a cultura com as NFTs? Será uma plataforma para que bandas possam fazer show para um público impossível de ser feito no mundo físico? Será um ambiente para empresas fazerem pesquisas e melhorarem processos com os gêmeos digitais?
Quer a minha opinião? Será tudo isso e muito mais! O futuro do Metaverso mal começou para quem não sabe o que é decretar a sua morte.
Uma das frases que mudaram a minha visão de planejamento foi dita por Steve Cannon, então CEO global de uma das minhas marcas favoritas, a Mercedes-Benz em um evento em Detroit:
“A experiência é o novo marketing”
Essa frase, que deixo em destaque permeia essa trecho desse artigo, uma vez, que repito, experiência é a palavra mestre do Metaverso.
Ferramentas da Transformação Digital, já aqui citadas impulsionam o Metaverso; se eu fosse escrever hoje o meu livro sobre Transformação Digital, sem dúvida, colocaria o Metaverso como um dos pilares mais importantes dessa estratégia de negócios, ao lado de BigData, Inteligência Artificial e Omnichannel como apontei no livro, e hoje, atuando nesse cenário vejo que tinha razão, pois os projetos de transformação digital que estou envolvido, todos tem esses pilares como essenciais.
Para que a experiência no Metaverso seja relevante aos seus públicos, é preciso entender cada perfil e levar algo que seja relevante para aquela pessoa.
Sabemos, há tempos, que a Internet é uma plataforma de massa e individual ao mesmo tempo; por um lado eu posso criar um banner na home do YouTube e impactar 18 milhões de pessoas em um só dia, do outro eu posso disparar um e-mail marketing oferecendo uma meia do meu glorioso São Paulo Futebol Clube a pessoa que entrou no site e comprou a camisa e shorts do time.
No Metaverso é a mesma coisa. A inteligência artificial usada, de maneira correta, no chatbot pode responder a uma dúvida de um avatar que seja a informação relevante dentro da sua jornada de decisão e esse avatar compre o produto, sendo por meio de uma loja virtual – dentro ou fora do Metaverso – seja na loja física, loja no Instagram ou mesmo pelo WhatsApp do vendedor.
Da mesma forma, uma marca, como o McDonalds – que já fez – ter uma loja no Metaverso é uma ação para a massa, o que também ajuda no branding, já que é fundamental marcas estarem sempre aparecendo para seus consumidores.
E vamos ser sinceros: quem consegue olhar o símbolo do McDonalds e não morrer de vontade de comer um lanche?
Futuro do Metaverso: não está definido, as marcas corajosas é que vão definir seu futuro, pois os consumidores, bem, só no Fortnite tem 30 milhões de pessoas jogando enquanto você leu esse artigo.