O segredo da Shein não é o produto

O segredo da Shein não é o produto e é isso que você vai ler aqui nesse artigo. A marca Shein, que, vale aproximadamente 66 bilhões de dólares, é, sem a menor sombra de dúvidas, um dos maiores fenômenos do varejo nos últimos anos, e no Brasil, assim como a Shopee caiu nas graças do brasileiro.

O fator preço foi decisivo para que a marca se popularizasse tão rápido no país. E nem as notícias de cobrança de taxas e impostos pelo novo governo reduziu a marca no Brasil, o brasileiro é muito consumista e gosta do que está na moda, a Shein caiu nas graças do brasileiro, virou uma marca querida e com isso cresceu, porém, para isso ser sustentável, é preciso reforçar que o segredo da Shein não é o produto, afinal, produto como os da Shein, no Brás, em São Paulo tem a muito tempo e todo mundo sabe.

Quem esteve na loja temporária que a marca Shein abriu no Shopping Vila Olimpia, Zona Sul de São Paulo em 2022, presenciou pessoas esperando até 8 horas na fila para entrar na loja e fazer suas compras. O consumidor dessa marca está cada dia mais fiel ao que a Shein traz para eles, e isso tudo, tem um segredo que vai além de produto, ela é uma “lovemark” no Brasil sem a menor sombra de dúvidas.

Eu estive no Shopping Vila Olimpia para ver esse fenômeno de perto, aproveitei que moro muito próximo e fui até lá, só vi a mesma confusão quando eu fui em jogos do meu querido São Paulo FC no MorumBIS. Era um “mar de gente” como se diz no dito popular.

Segundo o SimilarWeb, o site da marca, possui cerca de 121,5 milhões de visitas únicas mensalmente em todo o planeta, 10,6% desse volume vem do Brasil, que transforma o Brasil no 2o país que mais acessa o site, perdendo apenas para os EUA, onde a marca vendeu 30 bilhões ao ano, passando gigantes consolidados como H&M, Zara e Forever21, entretanto, o mercado norte americano é maior e mais consolidado no varejo digital do que no Brasil.

O Brasil se tornou um campo muito importante para a marca, um outro estudo da mesma ferramenta mostra que 16,17% do volume total de tráfego para o segmento de moda online é para a Shein, mas é importante reforçar que o segredo da Shein não é o produto, afinal, o produto é o que materializa a entrega da marca para o consumidor final.

O segredo da Shein não é o produto e vamos ver isso aqui.

Faturamento da Shein no Brasil é enorme

O Relatório do BTG Pactual, apresentado no site Mercado&Consumo, aponta para um salto de 300% no faturamento da marca entre 2021 e 2022, fechando esse ano em 8 bilhões de reais de faturamento apenas no Brasil.

Para se ter uma ideia do tamanho da Shein por aqiui, a rede de varejo que mais faturou em 2023, a Renner, teve um lucro de 11,7 bilhões, ou seja, a Shein faturou quase 70% de uma gigante do setor de moda popular. E olha que há 3 ou 4 anos pouco se falava da Shein por aqui, uma vez que a AliExpress dominava o setor. Em 2023, a Shopee foi o 2o site mais acessado do país, no segmento de e-commerce, perdendo apenas para o Mercado Livre.

Apenas para entender, a Loja Renner tem em seu ecossistema 412 lojas Renner (incluindo 8 lojas no Uruguai, 4 na Argentina e 9 Ashua), 119 Camicado e 104 Youcom, além das plataformas online.

O segredo da Shein não é o produto, como você vai ver aqui nesse artigo, a tecnologia está cada dia mais próxima das pessoas, e no Brasil, nem se fala, como sempre uso de exemplo, o Brasil está no Top 3 de acessos das principais plataformas digitais do mundo, como Google, WhatsApp, LinkedIn, Instagram, Facebook, Twitter, TikTok, youTube e Pinterest.

Segundo a ferramenta Ubbersuggest, a marca teve 6,1 milhões de buscas apenas em 2024 em nosso país. São dados interessantes que mostram que a Shein é um grande sucesso no Brasil e esse sucesso tende a aumentar, sem a menor sombra de dúvidas.

Muita gente pode avaliar que os preços das roupas da Shein são o seu grande diferencial, eu não diria que estão tão longe disso, entretanto, é a tecnologia e algoritmos que fazem toda a diferença na gigante chinesa na hora de uma venda.

O segredo da Shein não é o produto

Através de tecnologias inovadoras, onde a Inteligência Artificial está entre elas, e não unicamente ela, o algoritmo da marca mapeia as tendências por demografia, região e perfil de consumo em todo o mundo, o que reforça o branding da Shein em todos os lugares, é uma empresa que está presente na vida de cada um dos seus milhares de consumidores.

Com 121,5 milhões de pessoas acessando o site, em todo o planeta, a base de dados para a Shein entender esses dados é gigantesca, são milhões de comportamentos sendo processados diariamente em seus canais digitais, mas vale o reforço, O segredo da Shein não é o produto, o importante do branding, 41% dos acessos são diretos, o que entra na defesa da Brand Performance, ou Brand Growth como meu amigo Diego Ivo (CEO Conversion) tão bem defende em suas lives.

A Shein, através dos seus times de marketing e dados analisam essas tendências e já acionam seus parceiros asiáticos para produzir uma quantidade limitada de peças para vender a sua base de clientes, dentro, obviamente, do que o algoritmo trouxe de informação, é efetivamente, uma decisão baseada em dados e não no achismo como vemos.

O segredo da Shein não é o produto, é estudo de dados para tomada de decisão de produtos e obviamente de campanhas. É o dado sendo usado no ecossistema da marca e não o dado do Instagram Analytics para entender o perfil do seguidor da marca., a Shein vai muito além disso.

Essa amostra é uma importante estratégia da marca, afinal, é com a performance da venda que a gigante chinesa consegue estimar a real demanda de cada um dos produtos que o algoritmo lhe mostrou ter potencial e para cada região, entretanto, isso tudo com uma escala global, o que faz com que a empresa peça regularmente uma alta escala de produtos para seus parceiros, tudo baseado em dados para estimar as vendas de uma forma inteligente, percebeu, o que quero dizer com esse artigo: O segredo da Shein não é o produto!

É a tecnologia e não é uma tecnologia qualquer é uma que realmente traga resultado de negócios, aliás, mais do que tecnologia é o uso dela para tomada de decisão e geração de negócios, que vão além das

Na National Retail Federation, NRF, de 2024 a Publicis Commerce denominou o negócio da Shein como “negócio sob demanda”, o que segundo a empresa permite escala, agilidade, redução de risco e preços extremamente competitivos, elevando o patamar de competitividade da empresa, e isso tem sido provado no dia a dia do varejo quando a Shein está à frente, em vendas, de marcas consolidadas.

Shein bate gigantes

A Zara, por exemplo, uma gigante que também se tornou “queridinha” do brasileiro – basta ver que é uma das únicas lojas que nunca estão vazias – tem mais de 2 mil lojas pelo mundo e oferta de 20 a 25 mil produtos novos por ano, A GAP, tem 2,8 mil lojas pelo planeta e oferta de 2 a 4 mil novos produtos por ano; a Shein com nenhuma loja – operação apenas digital – oferta 5 a 10 mil novos produtos por dia, o que daria 1,8 a 3,6 milhões de produtos novos por ano, ou seja, em 5 dias do ano a Shein oferta mais produtos novos do que a Zara em todo o planeta no ano.

A Shein consegue agilidade no mercado nacional, por operar no Brasil com mais de 300 fábricas parceiras, em 12 estados o que reduz o tempo de entrega, um dos grandes problemas de marcas internacionais no Brasil; além disso, há mais de 15 mil sellers brasileiros no marketplace da empresa, muitos deles indústrias e varejistas independentes de mercados populares como na região do Brás, em São Paulo.

O segredo da Shein não é o produto e nesse quesito vemos a tecnologia em ação. Quando falamos que as marcas precisam de tecnologia no seu dia a dia, é preciso entender que não precisa reinventar a roda, e que as tecnologias mais básicas também fazem diferença nas empresas; Temos diversos sites que são marketplaces hoje, isso não é uma grande inovação, mas ajuda a vender e gerar negócios.

A inovação é fazermos a mesma coisa, de um jeito diferente.

Em resumo…

Não há dúvida que a Shein é uma realidade global, os números aqui apresentados mostram isso, entretanto, mais do que isso, é importante se ater, nesse artigo, não aos dados, mas sim a tecnologia, afinal, a Shein tem esses dados gigantes graças a sua tecnologia de ponta no momento de entender o cliente e oferecer o que esse cliente está buscando, o vetor mudou, as empresas que entenderem e se adaptarem terão uma vida mais longa, as que não, serão amassadas, ou compradas, por essas.

Qual lado você quer estar?